O Governo anunciou na semana passada a intenção de padronizar os serviços bancários, possibilitando aos consumidores comparar benefícios e tarifas. Do jeito como as coisas estão hoje, é virtualmente impossível saber quais bancos oferecem as condições mais vantajosas, porque cada um embala seus produtos de um jeito diferente.

A verdade é que bancos, assim como empresas de telefonia celular, se aproveitam do fato de que os clientes não entendem direito seus pacotes de serviços para ganhar ainda mais.

Outra tremenda dor de cabeça que os consumidores enfrentam é na hora de fechar uma conta, cancelar uma assinatura de revista ou trocar de operadora de celular. As técnicas utilizadas pelas empresas para evitar a saída de clientes, apesar de enervar os que tentam, são inúmeras vezes bem sucedidas.

Afinal, por que tantas empresas apostam em estratégias que prejudicam os consumidores?

A resposta é simples – porque isso dá lucro.

Quando atrasamos a devolução do filme na locadora, quando pagamos multa por trocar de vôo, quando fechamos um contrato anual na academia e não aparecemos, quando escolhemos uma determinada quantidade de minutos na operadora de celular e não atingimos o limite, quando aceitamos uma proposta de receber 4 edições da revista de graça e nos esquecemos de dizer que não queremos mais, quando compramos acesso a todos os canais da TV por assinatura apesar de não termos tempo de ver nenhum – em todas essas ocasiões, estamos caindo nas armadilhas de empresas pouquíssimo preocupadas com nossa satisfação.

Essas companhias contam ainda com o fato de que suas concorrentes adotam procedimentos bem semelhantes, o que gera a percepção nas pessoas de que o custo da mudança não vale a pena.

O perigo é surgir um concorrente kamikaze, disposto a transgredir as regras vigentes e promover a ousadia de atender com atenção, respeito e dignidade seus clientes.

Quem se habilita?

Fonte: BlueBus, Luiz Alberto Marinho